O que é a Doença do Implante de Silicone?
A Doença do Implante de Silicone (Breast Implant Illness) suscita cada vez mais questões por parte das nossas pacientes.
De facto, torna-se um pouco difícil falarmos sobre algo que não conhecemos, sobre um assunto em relação ao qual, apesar de haver muitos sites, fóruns e grupos de redes sociais que o discutem e que apresentam histórias traumáticas de mulheres, tem ainda muito pouca evidência científica nas revistas da especialidade, que nos permita dar informações com clareza e com certeza às nossas pacientes.
Tão-pouco se sabe qual a incidência ou a frequência com que ocorre, mas o número de casos em proporção face ao número de mulheres com implantes, parece ser extremamente reduzido. Ainda assim, é um tema muito discutido.
Quando os médicos emitem opiniões, devem fazê-lo baseados na sua experiência e em estudos ou guidelines que permitam um esclarecimento cabal sobre determinada situação. Infelizmente, neste caso, tal não é possível.
Em primeiro lugar, porque não temos experiência com casos de Doença do Implante do Silicone; em segundo, porque não existem guidelines e porque a Doença do Implante do Silicone nem sequer é reconhecida pela comunidade científica como uma doença. Assim, serão necessários mais estudos ao longo do tempo, que nos permitam recolher a informação necessária para falar deste assunto com certezas e que levem a um diagnóstico e a um tratamento.
Quais são os sintomas da Doença do Implante de Silicone (Breast Implant Disease)?
O que sabemos, para já, é que algumas mulheres, após colocarem implantes de silicone, referem alguns dos seguintes sintomas:
- Fadiga crónica;
- Dores musculares e articulares;
- Problemas de Memória e de Concentração;
- Alterações do Sono;
- Boca seca e olhos secos;
- Ansiedade;
- Depressão;
- Perda de cabelo;
- Problemas gastrointestinais.
Como estes sintomas são bastante inespecíficos, não se consegue determinar o mecanismo de ação que permita estabelecer uma ligação de causalidade entre eles e os implantes. Assim, estes sintomas, sendo também caraterísticos de doenças como o lupus, escleroderma ou artrite reumatoide, podem ter origem noutras causas, o que dificulta ainda mais a concretização de um diagnóstico.
Quando aparecem os sintomas da Doença do Implante Mamário?
Os sintomas podem aparecer em qualquer altura, podendo surgir logo após a cirurgia, ou muitos anos depois.
Existe algum exame que permita fazer o diagnóstico?
Não existe nenhum exame que se possa fazer para detetar a Doença do Implante de Silicone, nem que permita detetar a probabilidade de ela acontecer.
Há fatores de risco para desenvolver a Doença do Implante Mamário?
Pensa-se que exista uma maior probabilidade de ocorrência destes sintomas em pessoas com doenças autoimunes ou história familiar de doenças autoimunes. Também as pessoas que apresentem algumas patologias como a síndrome do colon irritável, enxaquecas, fadiga crónica e fibromialgia. Contudo, não existe nenhuma evidência científica que o possa comprovar.
Todas as mulheres com implantes de silicone estão expostas ao silicone presente na prótese, pelo que se pensa que possa haver uma resposta imunológica do organismo ao silicone. Esta resposta pode ser traduzida numa inflamação, em problemas autoimunes ou em doenças do tecido conjuntivo. Ou seja, de alguma forma haverá uma predisposição genética das mulheres a este tipo de reações. Esta teoria está na base do Síndrome de ASIA (autoimmune/inflammatory syndrome induced by adjuvants).
Qual é o tratamento?
O tratamento parece passar pela remoção dos implantes, sendo que nem todas as mulheres ficam sem queixas após a explantação.
Ainda são necessários mais estudos para que as informações transmitidas sejam mais precisas. A comunidade científica está ativamente a estudar este tema, sem desvalorizar os sintomas que as mulheres afetadas referem apresentar.
Nota importante:
Caso o presente artigo apresente fotos antes e depois por favor considere as mesmas meramente demonstrativas e podem não servir de referência para o seu caso em particular. Estas imagens servem apenas para mostrar possíveis resultados para um ou vários procedimentos cirúrgicos. As imagens que utilizamos são de pacientes que consentiram a sua utilização. Quaisquer imagens não representam nenhuma garantia de resultados.
Sobre a Médica Especialista
Dra. Marta Gouveia Duarte/ Cirurgia Plástica
ORDEM DOS MÉDICOS: cédula n.º 57817, especialista em Cirurgia Plástica Reconstrutiva e Estética.
Licenciada em Medicina pela Escola de Ciências da Saúde da Universidade do Minho, onde concluiu a sua tese de Mestrado em Envelhecimento Humano.
Concluiu a especialidade em Cirurgia Plástica Reconstrutiva e Estética, no Centro Hospitalar de Lisboa Central – Hospital de São José.
Colabora em vários projetos de investigação na NOVA Medical School.
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