Entrevista com a Dra. Luísa Magalhães Ramos na Sic Mulher
Entrevista com a Dra. Luísa Magalhães Ramos na SIC Mulher
Quais as cirurgias mais frequentemente procuradas durante o verão?
Ana Rita Clara: Quando corre tudo muito bem na gravidez, no parto, no próprio corpo que vai ao sítio e rapidamente, para as mulheres está tudo bem. Luísa, efetivamente conheces muitos casos de senhoras que não correu assim tão e que o corpo fica transformado. Daí também, esta nossa conversa. Quando a mulher vê o seu corpo transformado após a gravidez, sente a sua autoestima abalada, certo?
Luísa Magalhães Ramos: Há algumas mulheres para as quais de facto é muito difícil voltarem a ter o corpo que tinham só com dieta e só com exercício. No caso por exemplo das maminhas, depois de amamentarem, as maminhas ficam descaídas, esvaziadas e perdem volume. No caso do abdómen, com o esforço e o distender da barriga, a pele pode ficar flácida, pode ficar estriada, pode ficar quebrada, os músculos abrem e a barriga perde aquele aspeto lisinho e fica abaulada. Há também algumas gordurinhas, que pelas alterações hormonais, acabam por se acumular em zonas onde antigamente não se acumulavam tanto e depois, há também a região genital que também afeta e preocupa algumas mulheres. Sobretudo nos casos de parto vaginal, quando tiveram mais do que um parto, ou nos casos dos pequenos lábios vaginais em que há alterações por causa das alterações hormonais na gravidez.
Ana Rita Clara: Com o teu conhecimento das mamãs portuguesas, sentes que elas estão mais preocupadas? Ou seja, querem muito ser mães, mas não querem deixar de ser mulheres e sentir-se bem com o próprio corpo.
Luísa Magalhães Ramos: Exatamente, cada vez mais, as mulheres acham que tem direito a continuar a sentir-se mulheres atraentes, daí a sigla inglesa “MILF” que acho que ilustra muito bem. Acho que a maioria das mulheres quer ser uma “MILF”. É isto que estamos a assistir na nossa geração, ou seja, fomos mães, mas queremos continuar a sentir-nos atraentes e ainda mais bonitas.
Muitas vezes nem é na primeira gravidez. Os casos mais graves estão associados a senhoras que tem de facto oscilações muito grandes de peso, podendo este ser muito difícil de ser controlado durante a gravidez. Eu sou uma mulher regrada e mesmo assim não me livrei de aumentar 17 Kg na minha primeira gravidez. Para algumas mulheres é mais fácil do que aquilo que é para outras, algumas mulheres têm mais tempo para fazer exercício do que outras e isso vai interferir com a forma final do corpo.
Ana Rita Clara: São coisas que não se controlam como é evidente. As pessoas têm de tentar fazer o melhor possível e tem de haver esforço.
Luísa Magalhães Ramos: Eu acho que tem de haver um esforço muito grande e não pensar “agora tenho um filho e estou assim por isso vou ao cirurgião plástico resolver”. Tem de haver dieta, tem de se perder peso, recuperar o peso que se tinha antes de engravidar, tem de ser fazer exercício físico e só depois disto, procurar a cirurgia plástica. A cirurgia plástica não deve ser a primeira opção ou solução. Apenas se deve recorrer à cirurgia plástica, depois de esgotadas todas as outras opções. Claro que há coisas que nós sabemos que nunca vão ao sítio por muito exercício que façamos. Uma mama descaída não vai levantar só porque se vão fazer peitorais, aí tem mesmo de ser uma intervenção para levantar a mama.
Ana Rita Clara: Temos aqui uns exemplos antes e depois que trouxeste e são maravilhosos, mostra como ficou a paciente depois de gravidez e de como ficou depois da cirurgia. Luísa, explica-nos por favor o que foi feito neste caso.
Luísa Magalhães Ramos: Esta senhora não tinha excesso de peso, não era uma senhora gorda. Vê-se que as pernas são magrinhas, vê-se que os braços não são braços de uma senhora gorda e depois vê-se de facto que na zona abdominal, há um grande volume, inclusivamente um avental, a pele está muito estriada e parece que tudo acumulou ali na barriga. Por muito que esta senhora perdesse peso, nunca iria resolver o problema. Outra coisa que incomodava a incomodava era que a maminha era demasiado grande e descaída.
Ana Rita Clara: E que cirurgias é que fizeste neste caso? E as cicatrizes?
Luísa Magalhães Ramos: As cicatrizes da maminha conseguem ver-se, esta senhora já tem um ano de cirurgia e as cicatrizes já estão um bocadinho esbatidas mais ainda assim se consegue ver um tracinho que vai do mamilo ao sulco inframamário. Na zona da barriga, a cueca está a tapar, mas fica uma cicatriz mais comprida e extensa do que fica na cesariana. À medida que o tempo vai passando, a cicatriz vai ficando progressivamente mais discreta e mais fina na maioria dos casos. Nós nunca conseguimos antever como é que a pessoa vai ficar, há senhoras que cicatrizam muito bem e há senhoras que não cicatrizam tão bem.
Ana Rita Clara: Certamente que é sempre muito melhor ficar com uma cicatriz do que ficar como estava, a senhora deve ter ficado muito feliz com se viu.
Luísa Magalhães Ramos: É sempre muito melhor ficar com uma cicatriz do que ter aquele abdómen tão proeminente. No fundo, ela trocou a proeminência abdominal por uma linha no bikini, o que permite ter uma vida completamente diferente.
Agora temos outro caso, também de uma senhora que não tinha excesso de peso, mas com muita gordura acumulada na região abdominal e a maminha também descaída, portanto, mais uma vez, o mesmo processo de fazer esta reconstrução da mama e da barriga.
Ana Rita Clara: Luísa, conta-nos sobre este procedimento que certamente, muitas pessoas lá em casa, já estão a pensar procurar este tipo de intervenção e ajuda. Estas mulheres precisam de ter determinado estilo de vida e condições de saúde para fazerem estas cirurgias?
Luísa Magalhães Ramos: Ponto número um, tem de estar no seu peso ideal, não podemos operar pessoas com o índice de massa corporal acima dos 30. Tem de estar dentro do peso ideal para a sua estrutura. Neste caso, não foram apenas duas intervenções, foram 3. Para além de ter sido feita uma Abdominoplastia (cirurgia que permite corrigir a diástase, ou seja, o afastamento dos músculos retos abdominais), também foi feita uma Lipoescultura que permite tirar as gorduras e acaba por esculpir um bocadinho corpo, sobretudo dar cintura e contorno e tirar a gordura abdominal. Foi também feita uma mastopexia para levantar a mama e melhorar o formato. Acabam por ser 3 procedimentos num só, mas ainda podem ser combinadas mais cosias.
Ana Rita Clara: Pois porque ainda estávamos a falar que na região genital também se pode fazer uma intervenção. A intervenção genital pode fazer-se ao mesmo tempo ou é à parte?
Luísa Magalhães Ramos: Ao mesmo tempo. Ainda ontem fizemos um caso desses, em que fizemos maminha, barriga e a região genital. Além da pessoa ter que estar no peso ideal, do ponto de vista hemodinâmico tem de estar equilibrada e tem que fazer todos os exames pré-operatórios necessários. Em alguns casos, utilizamos implantes mamários, nestes casos que vimos não foram utilizados implantes, apenas foi utilizado o tecido da própria mama das senhoras. Em relação a outro tipo de exames, pode ter de fazer mamografia, ecografias mamárias etc.
Ana Rita Clara: E a pessoa fica internada? O pós-operatório é complicado?
Luísa Magalhães Ramos: No pós-operatório fica um bocadinho amassada durante algum tempo, mas é uma coisa que tentamos explicar às pacientes mesmo muito bem para as pessoas já estarem a contar com isso. Tem de haver uma mentalização prévia à cirurgia que durante aproximadamente uma semana, a paciente vai ficar mais fragilizada. A vantagem é ser apenas uma cirurgia com vários procedimentos em que há uma única recuperação. Hoje em dia, com o nosso estilo de vida, as pessoas não têm tempo para estar a parar várias vezes para recuperar de vários procedimentos.
Ana Rita Clara: Fazer várias cirurgias ao mesmo tempo é muito bem pensado e assim as pessoas também saem transformadas completamente.
Luísa Magalhães Ramos: Sim, isso é muito gratificante também. No outro dia tive uma senhora que vinha um bocadinho retangular, com uma cintura pouco definida e ficou super contornada. O marido dizia “quando andávamos no liceu toda a gente dizia que ela era a barbie e agora está outra vez a barbie.
Ana Rita Clara: Luísa, foi um prazer ter estado contigo. Um grande beijinho. Continua a inspirar e a mudar as barbies.
Nota importante:
Caso o presente artigo apresente fotos antes e depois por favor considere as mesmas meramente demonstrativas e podem não servir de referência para o seu caso em particular. Estas imagens servem apenas para mostrar possíveis resultados para um ou vários procedimentos cirúrgicos. As imagens que utilizamos são de pacientes que consentiram a sua utilização. Quaisquer imagens não representam nenhuma garantia de resultados.
Sobre a Médica Especialista
Dra. Alice Varanda Pereira/ Cirurgia Plástica
ORDEM DOS MÉDICOS: cédula n.º 47051, especialista em Cirurgia Plástica Reconstrutiva e Estética.
Licenciada pela Faculdade de Medicina de Lisboa, foi nesta instituição que frequentou o Mestrado em Sexualidade Humana e que desenvolve atualmente o seu Doutoramento.
Integra o corpo docente da faculdade desde 2008, como Assistente do Instituto de Anatomia. É nesta unidade que produz a maioria dos seus projetos de investigação, essencialmente na área da anatomia cirúrgica, sendo também orientadora de teses de mestrado.
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